domingo, 22 de abril de 2012

Grande "Dedé Monteiro"


Biografia do poeta


Dia 13 de setembro,
Ano de quarenta e nove,
já Tabira emancipada,
Barro Branco se comove:
O casal Olívia-Antonio,
Por bênção do matrimônio,
Recebe, com muito amor,
Cheio de esperança e fé,
O poetinha Dedé,
Na “Casinha do Tambor”.



Ano de cinquenta e três,

Acontece a novidade:
Dedé deixa o Barro Branco
E vem morar na cidade.
Dezembro, sessenta e dois,
Finda o primário e, depois,
No fim de sessenta e seis,
Atinge o ponto final}
Do curso ginasial,
Feliz por tudo o que fez!


É nesse tempo, também,

Que faz seus primeiros versos,
Que estão por aí afora,
Extraviados, dispersos...
Versos simples e inocentes,
Que só mostrava aos parentes,
Gente de fora não via...
Mostrava aos de casa, sim,
Porque parente é assim:
Aplaude até porcaria.  [...]



O poeta Dedé Monteiro glosando o mote:

"Quando a dor é dividida
qualquer comprimido cura."

Disse:

Uma doença que humilha

uma mãe - joia sagrada,
é bem melhor suportada
depois que se compartilha.
Esposo, irmãos, filho, filha...
Um no outro se segura
E a morte - dama obscura,
vai atrás de outra guarida.
Quado a dor é dividida
qualquer comprimido cura.

-
SONETO DE REVOLTA

Que culpa tenho de ser diferente?
Amar as artes, por ventura, é crime?
Tudo é mutável , e o irreverente
Não se acostuma com qualquer regime.

Contra a vontade rude e indiferente,
Eu sou amante do sagrado time
Que empresta a alma, sofre, cria e sente,
E se sente nojo do poder que oprime.

Aprendam isso: gente não doma.
Pichem meu nome, rasguem meu diploma...
Aceito tudo com tranqüilidade.

Se acharem pouco, cubram-me de lodo,
Cortem meu riso, me excomunguem todo,
Mas não me toquem na dignidade!

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